segunda-feira, 27 de junho de 2011

A Pós-Modernidade e a Meditação

        A pós-modernidade e suas concepções tem feito a sociedade alcançar patamares extremamente elevados, nunca se teve tanto e nem se disseminou a necessidade do ter.
            Muitas coisas mudaram na vida das pessoas comuns, umas para melhor outras nem tanto assim. No âmbito profissional, por exemplo, a busca frenética do homem pelo reconhecimento e sucesso profissional tem estado em vogue nos cursos de graduação, sempre se incentiva a competitividade e o sucesso, esses são fenômenos pós-modernos. Porém a pós-modernidade transformou em muito a vida das pessoas, a busca das explicações sempre racionais, o famoso ditado “tempo é dinheiro”, o que, aliás, nos tempos atuais tudo gira em torno do dinheiro, esse se tornou o principio, o meio e fim para todos os objetivos.
No âmbito religioso a pós-modernidade também causou seus estragos, com a disseminação do pensamento racional, onde tudo tem que ter uma explicação racional, a mistificação fica relegada aos incultos. Muitas feridas foram abertas no seio da sociedade religiosa, nunca se falou tanto em pessoas que mesmo vivendo em grandes centros, estão completamente isoladas, livros de autoajuda tem se tornado sucessos de vendas, é o homem buscando a solução nele mesmo. Vivemos em tempos tenebrosos para a sociedade religiosa, pois temos presenciado uma verdadeira epidemia de depressão no seio de nossa sociedade, suicídios, e o vazio pessoal com sua técnica de escape nas drogas e no álcool. O sexo hoje foi banalizado, tudo é permitido. Agora pensemos nisso tudo combinado com a incapacidade de relacionamentos pessoais profundos e duradouros.
            Contra tal diagnóstico algumas vozes ecoam no meio de nossa sociedade, vozes que enfatizam a aflição em que a humanidade está vivendo. Em muitos casos vive-se uma falência individual e social bem como religiosa, no sentido de relacionamento entre o humano e o divino, poucos são os que têm coragem de afirmar que uma das principais causas desses problemas é espiritual.
            A igreja em muitos casos tem experimentado crescimentos extraordinários, sempre baseados nos conceitos da pós-modernidade, ou seja, a busca pelo sucesso pessoal. O sucesso da autoajuda inundou a sociedade eclesial, e banalizou o relacionamento do homem com Deus, vivem em um contexto social religioso em que Cristo tem deixado de ser o pão da vida, ou seja, o pão que dá a vida eterna, e tem se tornado o supridor oficial das necessidades das pessoas, porém são sempre necessidades materiais.
            Muito se perdeu do cristianismo verdadeiro com Cristo nesse caminhar pós-moderno, muitas práticas espirituais foram abandonadas e postas de lado em nome do sucesso ministerial. As pessoas não são mais ensinadas a viver um relacionamento intimo com o seu Criador, não se sabe mais o que é isso. A vida espiritual foi banalizada a um mero toma-lá-da-cá, ou seja, virou um mecanismo de barganha.
            Contudo ainda há esperança da retomada desse relacionamento que ao longo da caminhada pós-moderna foi relegado a segundo plano, e uma peça fundamental na reconquista desse relacionamento é a meditação. Uma prática que ao longo da história da humanidade foi uma peça chave no relacionamento do homem com o divino, no decorrer de sua história a meditação foi de fundamental importância para aprimorar o modo de relação e busca de Deus, era a ponte sobre o vale. Porém com o passar do tempo foi sendo taxada por alguns meios clericais, devido à ênfase dada a meditação nas religiões orientais, essa prática foi taxada de mística e que nada possui de cristã, ledo engano.
            Assim o objetivo nesse trabalho é o de reapresentar a meditação como uma prática cristã, e principalmente que quando vista como uma forma de disciplina espiritual pode suprir as necessidades onde a autoajuda não tem apresentado a solução.
            O retorno da meditação é uma peça fundamental para que a vida da sociedade religiosa volte a experimentar as maravilhas de um relacionamento intimo e pessoal com Deus.
           

sábado, 18 de junho de 2011

Consulta Missionária em Anápolis - Primeiro Dia

Graça e paz a todos ontem 17/06/2011 saímos de Brasília-DF, em  direção a Anápolis-GO para participarmos da Consulta Missionária.
Ao chegarmos fomos ao hotel onde estamos hospedados e em seguida fomos para a Igreja Batista Central de Anápolis, onde diga-se de passagem fomos muito bem recebidos. Após reencontrarmos alguns amigos e fazermos nossa inscrição, nos dirigimos ao templo para o inicio do culto.

Na abertura, após a leitura do Salmo 67 pelo pastor Jesus, o pastor Ronald trouxe-nos algumas informações de grande importância sobre o campo missionário as quais são:
 - Em Timor Leste, fomos informado da perseguição que tem se levando contra algumas igrejas evangélicas, principalmente por se tratar de um país cuja cultura é extremamente animista. O fato principal relatado foi que nos próximos dias estará sendo votado no país uma lei que pretende oficializar quatro igrejas no país, dentre as quais não está as de denominações Batistas, assim essas passarão a ser consideradas como seitas. Na oportunidade levantamos um clamor sobre essa questão. Esperamos que Deus possa intervir nessa questão e que o trabalho desenvolvido pela JAMI a mais ou menos uns 10 anos, tanto na área religiosa como na educação possa continuar prosperando.
 - Sobre a Albânia recebemos a grata informação de que foi aprovada uma lei que oficializou a igreja evangélica como uma religião, assim esses não mais são tidos como uma atividade clandestina no país.
Para a ministração do louvor tivemos a missionária Raquel Elana, em conjunto com o irmãos da igreja local, e foi um momento muito abençoado. 
Na ministração da palavra, que também ficou a cargo da missionária Raquel, ouvimos um pouco de seu testemunho, e em seguida trouxe-nos um estudo sobre Adoração como Estratégia Missionária, o qual tornou-se um livro de sua autoria. Fato é que fomos muito abençoados durante suas ministrações, e estamos muito gratos a Deus por estarmos participando desse evento.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O Estudo


E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Romanos 12.2)
           
            O fato de muitos cristãos ainda não viverem a plenitude daquilo que Jesus Cristo tenha idealizado para seus seguidores, ou seja, muitos ainda não conseguem se libertar permanecendo escravos de seus medos e ansiedades dá-se pelo simples fato de não disciplinarem suas vidas, e o estudo é uma dessas disciplinas que se aprofundada e associada a prática da meditação podeem gerar um grande crescimento na vida espiritual da pessoa que as prática.
            Muitas pessoas sinceras e verdadeiramente cristãs tentam adorar e seguir em completa obediência a Jesus Cristo, cantam as vezes oram em língas espirituais[1], porém não a maneira como vive, ou mesmo o teor de sua vida seguem sempre inalterados. Isso ocorre porque muitas pessoas não seguem, ou não aplicam a suas vidas um dos meios que Deus usa para nos mudar. Sobre a importância do estudo em nossas vidas  Foster (2007, p.102), diz que:
Jesus deixou absolutamente claro que o conhecimento da verdade nos liberta: “Conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (Joao 8.32). As boas sensações não nos libertarão, tampouco experiências de extasê. Injetar Jesus “na veia” não nos tornará livres. Sem o conhecimento da verdade, jamais seremos libertos.

            Quando nos disciplinamos ao estudo, como uma forma de disciplina espiritual, nos envolvermos com a Palavra de Deus, assim dá-se início a um processo mental que asssociado a concentração, percepção e repetição irão formar na pessoa que os prática um sólido hábito em seus pensamentos.
            Sobre o estudo  Foster (2007, p.103) diz que:
O estudo é uma experência específica na qual, por meio de atenção cuidadosa à realidade, a mente é capacitada a mover-se em determinada direção. Lembre-se de que a mente assumirá uma ordem que esteja de acordo com a ordem na qual mantém seu foco. [...] Aquilo que estudamos determina os hábitos que serão formados.

            Em concordância com Richard Foster,  Willard (2003, p.201) associa os benificios do estudo aplicados a vida diária do praticante bem com daqueles que nos circundam, Willard diz que:
No estudo, nós também nos esforçamos para ver a Palavra de Deus em operação na vida de outros: na igreja, na História e na natureza. Nós não só lemos, ouvimos e inquirimos, mas também meditamos naquilo que está diante de nossos olhos. Isso significa que nos retiramos em silêncio para, em atitude  de oração e com intensidade, nos concentrarmos no que estamos lendo.

            Quanto ao processo  ou mesmo a associação entre o estudo e a meditação, ou mesmo a forma como podemos associar ambos para que possamos ter o conhecimento da verdade em nossas vidas determinado por Jesus Cristo em João 8.32,  Foster (2007, p.103-104) traz um esclarecimento elucidativo, sobre esse assunto quandiz que:
O processo que ocorre no estudo deve ser distinto da meditação. A meditação é devocional; o estudo é analítico. A meditação saboreia uma palavra; o estudo explica-a. Embora a meditação e o estudo em geral se sobreponham, eles representam experiências distintas. O estudo proporciona um quadro objetivo de referências, no qual a meditação pode funcionar com sucesso.

            Assim sendo e para um melhor aproveitamento do estudo a ser realizado Foster (2007, p.104) divide o estudo no que ele chama de quatro passos onde esses são divídos como repetição, onde eesa direciona a mente em caminho específico, fazendo com que os hábitos e pensamentos criem raízes. Já a concentração que é descrita como o segundo passo, define-se como uma forma de se ajustar a mente, dessa forma ampliando enormemente a capacidade de aprendizagem de uma pessoa. A compreensão que é descrita como o terceiro passo por Richard Foster, onde pela compreenção pode-se atingir um nível bem mais elevado quando a atenção é convergida para oassunto que se estuda, para Foster (2007, p.105) “ a compreensão concentra-se no conhecimento da verdade.”  E o quarto passo descrito é a reflexão, onde sua importância está em que após a compreensão do estudo, devemos também refletir sobre o mesmo buscado a realidade interna sobre o assunto, dessa forma a reflexão nos permitira enxergarmos os assunto estudado pela perspectiva de Deus. Quando se pondera sobre o assunto que foi estudado, buscando seu significado passa-se a ouvir e a ver de uma maneira renovada, pois passa-se a entender o assunto em pauta, bem como a conhecer a nós mesmos.
Dessa forma quando aplicamos o estudo de forma sistematizada em nossas vidas associando-ô  objetivamente a um aprofundamento de nosso conheciemento, e principalmente degustarmos o conhecmento adquirido com a prática meditativa teremos em nossas vidas uma compreensão muito pmais plena do que significa conhecer a verdade contida em João 8.32.



[1] No Cristianismo, essa prática é narrada pela primeira vez na Bíblia, no livro dos Atos dos Apóstolos, que descreve o evento ocorrido no dia de Pentecostes, uma data em que judeus de várias partes do mundo se reuniam em Jerusalém: partos, medas, elamitas, povos da Mesopotâmia, Judeia, Capadócia, Ponto, a província da Ásia, Frígia, Panfília e Egito. A relação ainda incluía as regiões da Líbia na direção de Cirene, visitantes de Roma (tanto judeus como convertidos ao judaísmo), cretas e árabes (Atos 2:9-11). Estes tais se maravilharam por conseguir ouvir a mensagem em sua própria língua ou dialeto. Sinal similar ocorreu na casa de Cornélio, um oficial romano. Antes disso, o Apóstolo Pedro teve uma visão de que não deveriam ser recusados aqueles a quem Deus purificasse, independentemente da origem. Este sinal se mostra com propósito inverso ao ocorrido na construção da torre de Babel.  O fenômeno é descrito na carta de Paulo aos Coríntios, como sendo um dos dons oferecidos pelo Espírito Santo. O termo "pentecostal" é inspirado no episódio de Atos 2. Disponível em:< http://pt.wikipedia.org/wiki/Glossolalia_religiosa#Cr.C3.ADticas_ao_Dom_de_L.C3.ADnguas_defendido_pela_RCC> Acesso em 06 jun. 2011.

Bibliografia:  
Foster, R. J. - Celebração da Disciplina: o caminho do crescimento espiritual - Editora Vida – 2007 - São Paulo, SP.
Willard, D. (2003). O Espírito das Disciplinas. Rio de Janeiro, RJ.: Habacuc.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Solitude

          Em nossos dicionários a tradução para solitude é a mesma que solidão que dentre suas traduções está: Sensação de quem se sente sozinho, isolado, mesmo estando entre outras pessoas; isolamento; solitude.” [1] Porém a solitude é mais que simplesmente um estado de isolamento ou solidão.  Foster (2007, p.143) inicia com uma frase muito importante, ele diz: “Jesus convida-nos a sair da solidão e a entrar no solitude.” Embora muitos de nós tenhamos medo de estar só, o que faz com que sempre busquemos as algomerações, os locais onde sempre haverá alguem, pois é fato que temos medo, ou mesmo não gostamos de estar só, porém o que muitas pessoas não se dão conta é que no silêncio da solitude nossa alma é desligada dos sons, não importa quais sejam. Sobre o silêncio  Willard (2003, p.186) destacca que, “muitas pessoas jamais experimentaram o silêncio, nem se dão conta de que não sabem sequer o que ele significa.”
            Muito mais que estar só, podemos dizer que a solitude é uma condição de nossa mente ou um estado do coração, diferentemente da solidão, como descreve Foster (2007, p.144) quando diz, “A solidão é o vazio do lado de dentro. A solitude é o interior preenchido.”
            Para entendermos a importância da solitude, ou do silêncio em nossa vida, muitas vezes precisamos ir buscar essa informação dentro de nos mesmos, em nossa mente, pois em alguns casos a desordem ou a falta de silêncio está nesse ponto.  Ricard (2009, p.64) ao olhar para essa questão vai dizer que:
Nossa mente é, na maior parte do tempo, instável, caprichosa, desordenada, empatada entre a esperança e o medo, egocêntrica, hesitante, fragmentada, confusa, por vezes até mesmo ausente, enfraquecida pelas contradições internas e pelo sentimento de insegurança. Além disso, ela é rebelde a todo o treinamento e encontra-se constantemente ocupada com sua tagarelice interior que mantém um ruido de fundo que mal percebemos.

            No dia-a-dia de nossas interações nos prendemos a padrões de sentimentos com pensamentos e ações que são gerados, muitas vezes por um mundo que busca viver contra Deus. Nesse contexto a solitude nos permite uma libertação desses comportamentos que estão arraigados em nós, impedindo nossa conexão com a ordem divina, Willard (2003, p.183) vai dizer que, “ a solitude na verdade nos liberta”.

Bibliografia
Foster, R. J. (2007). Celebração da Disciplina: o caminho do crescimento espiritual. São Paulo, SP: Editora Vida.
Ricard, M. (2009). A Arte de Meditar: Um guia prático para os primeiros passos na meditação. São Paulo,SP.: Editora Globo.
Willard, D. (2003). O Espírito das Disciplinas. Rio de Janeiro, RJ.: Habacuc.





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